sábado, 24 de fevereiro de 2007

O espírito da dança

Quando falamos de dança do ventre, nos vem a idéia de uma mulher linda, com uma roupa fantástica, que tem movimentos que para os "seres mortais" são absurdos ou impossíveis.

Antes de qualquer coisa, a dança nasce do amor, do amor pela arte, do prazer que se tem em mexer o corpo, usando umas musculaturas pouquíssimas utilizada, sentindo a música, seu ritmo e sua melodia, explorando suas marcações e seus floreados. Uma dança, onde independe de sermos altas, baixas, gordas, magras, brancas, negras, japonesas, ou qualquer outra descrição possível, eleva nossa auto-estima, nos torna sensuais, sem vulgaridade, nos faz descobrir os limites do nosso corpo, faz o despertar da Deusa Interior.

Vemos por aí, muitas bailarinas, com uma técnica linda, mas com cara de "paisagem", que não interpretam, não sentem a vibração da música, a dança não é apenas técnica, mas também a energia que a bailarina transmite em cada gesto, no olhar, no sorriso, na expressão.

O espírito da dança é o sentimento, não apenas o da bailarina, mas do músico também. É como uma ligação cósmica, o corpo reage com as notas que sente, dança instintivamente, sem que seja necessário parar pra pensar "mas o que cabe nessa parte agora?".

O coração vibra, bate junto com a percussão, é um sentimento introspectivo, mas que de tão forte, brilha em nossos olhos.

O espírito da dança nasce no coração, de quem dança por amor, com apenas o intuito de ser feliz.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Takasim

O resultado da maior complexidade da música árabe pode ser visto no Taqasim, que aparece diversas vezes durante uma composição longa. Taqasim (sing Taqsim) são solos instrumentais que conectam as várias melodias de uma peça extensa e servem como interlúdio entre elas.

Durante o Taqasim, o instrumentista vem a frente (metaforicamente falando) para improvisar, enquanto os outros suavizam seus instrumentos ou até mesmo assumem um papel menor, muito parecido com a improvisação do jazz.Nai (flauta de bambú), é um dos mais evocativos instrumentos da música árabe. A nai tem uma qualidade de evocar um forte desejo melancólico que pode causar arrepios e emoções no corpo humano. Os mais meditativos e espirituais elementos na dança são freqüentemente inspirados por este instrumento, usando langüidos movimentos dos braços e tronco superior. Dentro de uma extensa peça musical, há geralmente três ou quatro Taqasim, em Nai, Alaúde, Violino e Kanoom.

Kanoon é o predecessor da harpa e do piano e é tocado com palhetas nos dedos, uma tradição que deriva do tocar isto antigamente com unhas longas. Este instrumento proporciona um som contínuo de vibração no ar que provoca intensos movimentos tremidos na dança.
Um Taqasim começa por explorar umas poucas notas, gradualmente ampliando a gama das notas para criar um caleidoscópio sonoro. Um ritmo suavizado pode então aparecer para sustentar o instrumento solista, enquanto a improvisação se constrói para a próxima escala.

Ele então vai desacelerando progressivamente para terminar na escala original. Um dos propostos de um Taqasim pode ser mudar a escala para a melodia que vem a seguir, desde modo ela terminará em uma nova escala. A habilidade do músico é avaliada por quantas escalas ele pode explorar durante um única Taqasim, antes de retornar à escala na qual a improvisação começou.

Taqasim geralmente não tem métrica e nunca é tocada na mesma forma duas vezes. Pausas e respirações entre cada frase extendida dão ao público a chance de expressar sua apreciação pela habilidade do músico.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Dicas técnicas - Básico Egípcio

Básico Egípcio
Movimento essencial para a leitura de música árabe. Muito comum em qualquer apresentação, geralmente conectado ao ritmo de forma muito clara.
Ritmos que solicitam o básico: MaksoumBaladiMasmoudi

Em primeiro lugar estabelecer uma base fixa confiável. Podemos considerar sempre nossos pés como referência principal do passo. A partir da relação com os pés, manteremos todas as outras regras em ligação. Acentos e terminações serão sentidos de acordo com a pressão executada pelo deslizamento do quadril em relação aos pés.

Mantenha a base triangular como essencial para a execução de qualquer passo que precise de um apoio fixo e outra perna livre. Assim também acontecerá no básico.
O posicionamento dos pés obedece a um padrão que não se modifica. Calcanhares mais próximos, e parte da frente dos pés um pouco mais afastadas. Sinta o peso se distribuindo de forma equilibrada por sua base.

Básico vertical
O acento sempre será para baixoPreparação na parte alta do quadril, para criar espaço para a descida.
Transferência do peso sobre o pé da base é que oferece o acento de acordo com a pulsação do ritmo.
Versão sem acento seco. Sentir a transição de peso em direção a diagonal de trás do pé de base. Manter o movimento funcionando sem tensão e respeitando a linha central de equilíbrio.
Versão com acento seco. Usar o joelho da perna de base para criar o efeito de acento seco. Enquanto o peso se desloca para a diagonal externa, o joelho tem uma pequena movimentação como se fôssemos alongar a parte posterior da perna. Quanto mais curto for este movimento e mais tranqüila a volta para o ponto de partida, mais qualidade teremos no acento.

Básico vertical com acento ascendente. Uso a pressão da parte externa do pé de base para provocar a elevação do quadril contrário. Desta forma posso controlar o tamanho e duração de meus acentos, criando um efeito muito interessante sobre o quadril livre. Usaremos esta técnica para acentos de folclore e andaluz, com a possibilidade de descartar completamente a tensão da execução do passo.

Troca de pés Aproveitar a meia ponta que já está ativa no pé livre de peso. Na hora da transferência, movimento esta perna livre para trás, tomando exatamente a mesma posição anteriormente ocupada pelo pé de base, a base se transforma em parte livre, trocando de lugar. As relações de distância entre os pés se mantém, a única coisa que muda é seu posicionamento ( trás e frente ).

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Maquiagem e demais cuiados para uma apresentação

A maquiagem é muito importante para a bailarina.
Nos fragmentos históricos encontrados em terras egípcias, as bailarinas eram retratadas sempre com os olhos supermaquiados, ressaltando a expressividade do olhar.
Essa expressão que chamamos "olhos árabes", é preservada na atualidade, porque o olhar é um dos principais atrativos da dança, e é a janela da alma da bailarina... é no olhar que passamos toda a emoção ao dança.
Antes de começar a se maquiar:
1- Limpe o rosto e seque bem;
2- Prenda os cabelos, para que o rosto fique livre;
3- Procure se maquiar em um local com boa iluminação.

A Base:
A base é indispensável para corrigir manchinhas, sardas...
Em primeiro lugar você deve se preocupar com tipo mais apropriado para a sua pele. Existem bases líquidas, cremosas, em bastão e em pó.
Se sua pele é oleosa, fuja das bases gordurosas. Atualmente, existem bases que são em pó, mas que também podem ser usadas com uma espojinha umedecida com um poquinho de água, para cobrir melhor.

O Acabamento:
Depois de colocar a base , se necessário, um corretivo (para olheiras ou pequenas acnes, por exemplo), é conveniente passar um pouco de pó translúcido para eliminar o brilho.

As sobrancelhas:
Devem estar sempre impecáveis e mito bem traçadas. Se você tem falhas pu possui um sobrancelha ralinha, utilize lápis para corrigir.
Só tome cuidado para fazer os traços finos, no mesmo sentido dos pêlos, e para que o desenho das duas fiquem iguais, não se esqueça: se você é loira, utilize lápis marrom e se é morena, utilize o cinza e o preto.

Os Olhos:
Deve-se ter uma atenção especial aos olhos, pois eles transmitem nossos sentimentos, e tem um papel importantíssimo na dança do ventre, pois é através deles que nos experessamos e damos vida à dança
Ilumine a pálpebra, combinando com o traje (se a roupaa tem dourado, sombra dourada cai bem), depois, você pode usar um tom mais escuro para fazer o sombreado (um marrom por exemplo), ou, se a roupa for clara, branco pode ficar muito bonito. Tenha um bom estojo com cores básicas (tons de marrom, cobre, ouro, prata e grafite).
Mas também é bom ousar um pouco. Dependendo, pode-se utilizar uma sombra que combine com a roupa (ex.: uma roupa verde e dourada - ilumine a pálpebra com dourado, faça um leve sombreado na parte externa da pálpebra e esfumace, misturando levemente com uma sombra verde). Deve-se ter um bom senso ao utilizar cores como rosa, azul, lilás, etc, pode-se conseguir um efeito muito bonito, ou... a catástrofe total!
Cuidado para não ficar caricato!

O Contorno dos Olhos:
O traço do contorno depende muito do seu olho, mas, em geral, ele deve ser fino e delicado no canto interior e mais espesso no final. Os olhos devem ser muito bem delineados, pois são uma grande característica desta dança e sempre deixam um toque de mistério no ar.
MAS TOME CUIDADO!!! A "puxadinha", aquele risquinho no canto exterior do olho, que muitas fazem, deve ser muito, mas muito sutil. Um risco grande torna o resultado caricato e vulgar. Você vai acabar parecendo uma bailarina de cabaré! Portanto, tome cuidado e seja sutil e delicada.
O traço do lápis deve ser fino, percorrendo toda a linha superior e inferior dos cílios. O delineador pode ser usado no lugar do lápis ou apenas para intensificar o preto.

O Rímel (máscara de cílios):
Os cílios dão um toque especial ao olhar. Existem muitos tipos de rímel (os que alogam, dão volume, etc), eu particularmente prefiro os que são à prova d'água, porque não mancham, nem escorrem, porém são um pouco difíceis para tirar. Vale a pena investir e comprar um bom.
Dicas: não "bombeie" o rímel antes de usá-lo, pois isso diminui a sua durabilidade. Para quem é loira, uma boa opção é usar rímel marrom.

O Blush:
Deve combinar perfeitamente com seu tom de pele. Se sua pele for clara, opte por tons de rosa, salmão claro (mas nada de rosa pink ou vermelho, por favor...). Se for morena, acobreados são uma boa opção. Pele clara ou morena, fuja dos alaranjados! Os "blushes" em bastão ou cremosos, também são uma boa opção.
O blush deve ser utilizado apenas para dar um aspecto mais "saudável" ao rosto
Dica: para aplicar o blush, sorria e espalhe-o com um pincel redondo na parte mais alta das maçãs do rosto.

A Boca:
Uma boca bem delineada é muito sensual. Use um lápis especial para delinear lábios antes e certifique-se de que o contorno combine perfeitamente com o batom.
Quem tem lábios finos, pode torná-los maiores utilizando um contorno com lápis mais claro, porém se quiser uma boca bem marcada, opte por um tom mais escuro. Bailarinas egípcias costumavam usar vermelho nas unhas e boca. No entanto, é necessário tomar cuidado com essa cor... alguns são muito berrantes, outros podem escorrer e causar uma verdadeira catástrofe!
Se você gosta de usar tons de vermelho sangue e vinho, o melhor a fazer é aplicar o batom com um pincel ao invés do bastão, a camada fica mais fina, mais natural e não escorre. Eu, prefiro dar mais atenção aos olhos, e nos lábios, fazer um contorno "cor de boca", passar um "brilhozinho" pra ficar com a boca mais vermelhinha e só.
Outra boa opção são os batons de longa duração disponíveis no mercado, eles são mais "secos" porém mais macios. Depois que você aplica, ele seca e não escorre de jeito nenhum. O inconveniente deles é que alguns às vezes podem rachar depois de algum tempo, devido às "ruguinhas" naturais dos lábios e precisam ser reaplicados.

Cuidado com os Exageros:
A maquiagem exagerada envelhece e se torne pesada.
Fazer um arco-íris nos olhos não vai dar melhor efeito do que usar poucos tons em prefeita harmonia. A maquiagem deve ser sensual, mas com um toque de sutileza para não parecer vulgar. Seu rosto deve ser bonito de ser admirado de longe (como em um show de palco) e de perto (como em um restaurante).
Lembre-se: exageros com maquiagem só são permitidos do carnaval. A maquiagem não precisa ser exagerada para ser notada.

Nota: Ao fim da apresentação, limpe bem a pele, e tire toda a maquiagem, utilize produtos sem álcool. Lave bem o rosto com um sabonete cremoso (os de erva doce são ótimos), ou próprio para o rosto. Em seguida, passe um tônico e um hidratante.
Para retirar a maquiagem dos olhos, use removedores específicos para este área, pois a região da pálpebra é delicada. Hidrate sempre os lábios e jamais durma maquiada! Isso é um atentado à pele.

~ Demais Cuidados ~
Cabelos:
Todo mundo, quando pensa em um abailarina de dança do ventre, imagina uma mulher com cabelos longos, dizem que essa é a preferência da dança árabe, mas, se você não possui uma "vasta cabeleria" não entre em pânico, não leve isso muito a sério!
Na minha opinião, um cabelo bem cuidado, macio e brilhante já basta, não importa se é liso ou enrolado.
Meu cabelo esta em fase de crescimento, e às vezes penso em comprar um aplique, mas desisto da idéia. Por que seguir um padrão? Por que não ousar?! Eu gosto de fazer um penteado que deixe meu rosto em evidência.
Vala a pena inovar! Se você tem cabelos cacheados, pode-se fazer uma super escova, ou usá-los ao natural, ou até mesmo fazer uma trança... prendê-los de um jeito diferente.
Muitas vezes um arranjo bonito faz toda a diferença no visual!
Para quem tinge os cabelos: não deixe de fazer uma hidratação de vez em quando! Cabelos tingidos são mais frágeis e nunca deixe a raiz em evidente! Deixa um ar de desleixo.

Mãos e pés:
Deve estar sempre com as unhas feitas, ou se não, impecavelmente limpas e bem tratadas. Não há nada mais feio que unha suja e pé cascudo!!!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Om Koulsoum - A Alma na Voz

Uma das músicas que mais gostei até hoje, não tinha a menor idéia de quem tocava. Ouvia apenas uma versão editada para solos, até que em uma recente aula minha profa utilizou a mesma música, na versão sem edições, era nada mais, nada menos que Om Koulsoum, na verdade, o CD Tribute to Om Koulsoum, que é simplesmente DIVINO!!!! Ela é simplesmente "O clássico dos clássicos". Fiz uma cópia do CD e ouço incansávelmente... As músicas dela entram na alma, é como se pudesse flutuar... E fui procurar material sobre ela, algo muito difícil, e para minha surpresa, hoje, encontrei no site da Lulu Sabongi, uma matéria traduzida. Que vou postar para vocês.
Om Koulsoum - A Alma na Voz

artigo escrito por Jasmin Jahal (2000)
tradução: Lulu Sabongi (fev/2003)



Qualquer pessoa que conheça alguma coisa sobre música árabe, conhece o nome Om Koulsoum. Esse nome é provavelmente o mais famoso dentre todos os nomes árabes ligados ao canto no mundo Árabe. Om significa mãe em árabe. Usando neste contexto é como se fosse um apelido, mas neste caso em especial, é o nome real de uma mulher que foi a " mãe" das mais conhecidas e amadas canções árabes de todos os tempos.
Você pode encontrar diferentes formas de grafia para este nome. Algumas vezes Om é pronunciado como : Um, Umn,Oum ou Omn. Koulsoum pode ser visto como: Kulthum, Kalsoum ou Khalthoum. Todas estas são versões fonéticas do mesmo nome.

Om Koulsoum nasceu numa pequena vila , vinda de uma família simples, em 1904. Ela aprendeu a cantar em casa com seu pai, que era o líder religioso da mesquita local e suplementava seu magro rendimento se apresentando em casamentos e outras celebrações acompanhado de seus dois filhos, Om e seu irmão. Os três sempre trabalhavam juntos. Em virtude de sua juventude e sua voz forte e excepcional, Om logo se fez notada e se transformou em atração especial dentro do trio, por vezes fazendo a abertura das apresentações. Com o passar do tempo a família viajou mais longe e conseguiu aumentar seus preços para contratações. Ainda mesmo com o sucesso, a família relutava em ir para o Cairo, apesar de muitas pessoas encorajarem Om a levar sua carreira a frente na cidade que era e é até os dias de hoje, o centro dos negócios para a industria do entretenimento. Finalmente a família se mudou para o Cairo em 1923, quando Om contava 19 anos.

Sua voz foi imediatamente notada e aclamada pela imprensa , mas tendo sido considerada ainda sem instrução , uma pedra preciosa a ser lapidada. Om partiu em estudos , com diversos professores de música assim como poetas e a própria sociedade. Estudava para seguir os passos e as formas de comportamento de sua época tomando por exemplo as senhoras de elite, que eram seu público cativo em casas particulares onde ela se apresentava. Logo se tornou amiga daquelas pessoas que a contratavam e iniciava assim um novo momento em sua carreira.

Na primavera de 1926, Om Koulsoum contratou pela primeira vez músicos profissionais para acompanhá-la cantando, e eles então tomaram o lugar de sua família. Por volta de 1928, ela elevou-se ao topo dentro do " ranking" dos cantores profissionais do Cairo.Durante os anos 20 e 30, ela esteve na TV gravando comerciais que lançaram seu envolvimento, que duraria por toda a vida, com a mídia em massa.

Seus anúncios comerciais lhe ofereceram segurança financeira e conforto, então Om pode ser seletiva acerca de suas oportunidades para se apresentar , e aceitava apenas o que lhe interessava. Ela foi uma sábia mulher de negócios, dispensando seu agente e tomando em suas próprias mãos a organização e decisão de seus contratos profissionais. Ela cultivou, cuidadosamente seu público, que incluía um vasto número de ouvintes, sentados em casa ou em lojas, perto dos rádios, o que a transformou numa figura familiar para todos eles.

A época dourada dela aconteceu nos anos 40 e 50. Seu repertório se expandiu das canções românticas modernas para trabalhos neo-clássicos , baseados em costumes historicamente árabes, envolvendo nas composições música e poesia, recontando a vida. Esta música foi considerada genuinamente árabe e se tornou extremamente popular.

Problemas de saúde perseguiram Om Koulsoum toda a sua vida, afetando seriamente sua carreira em 1946. A preocupação com sua voz, a levou a sofrer de depressão, e esta se agravou no ano seguinte a morte de sua mãe, irmão e um sério rompimento amoroso. Em 1949 ela passou a apresentar problemas com seus olhos, agravados pela forte iluminação nos palcos e na televisão. Finalmente ela decidiu usar óculos escuros para suas apresentações em público. Seguiu-se então um longo período em que sua saúde esteve comprometida, e isto durou até 1955. O público considerou com compaixão seu afastamento , aceitando que sua estrela imutável era de fato um ser humano. Um dos nomes atribuídos a ela durante a vida foi " Kaukab al Shark" que significa Estrela do Oriente - observação feita por Omar Naboussi durante a tradução deste artigo- Durante esta fase de sua fase, no lugar de ser esquecida, ela se tornou ainda mais querida pelo público fiel e amoroso que acompanhava sua história.

Por esta época Om iniciou sua parceria com o premiado compositor Mohamed Abdel Wahab. Em 1964, eles produziram aquela que seria uma de suas mais conhecidas canções no mundo todo, " Ente Omri". Esta foi a primeira das dez canções que Mohamed Abdel Wahab escreveu para Om Koulsoum.

Durante os anos 50 e 60, ela expandiu sua atuação se transformando em porta voz de diversas causas ligadas a arte e a música, e entrou para a vida pública. Ela solicitava ajuda governamental para a música e os músicos atuantes no Egito. Depois da guerra de 1967, ela iniciou uma série de concertos dentro e fora de sua terra para angariar fundos para sua causa. Viajou extensivamente dentro do Egito e no mundo Árabe, coletando contribuições e doando os resultados obtidos para o governo egípcio. Ela se tornou então conhecida como a voz e o rosto do Egito.

Seus problemas de saúde se agravaram muito com a idade, e sua condição geral se deteriorou drasticamente em 1971. Seu último concerto aconteceu em dezembro de 1972. Em janeiro de 1975 Om Koulsoum sofre uma crise renal que a levou a morte em 3 de fevereiro daquele ano. Milhões de egípcios entristecidos acompanharam seu funeral.

Diz-se que seu repertório completo contava com cerca de 280 canções, em temais os mais variados envolvendo: amor, patriotismo, religião e natureza. Usava tanto o árabe clássico quanto o coloquial. A maioria delas é tão famosa hoje quanto era quando sua intérprete estava entre nós e as apresentava para as multidões. Algumas das mais famosas para nós bailarinas são: " Alf Leila we Leila, Ana Fintezarak, Ente Omri, Fakarouni, Leilet Hob e Lessa Faker.

É da máxima importância para qualquer bailarina oriental profissional conhecer ao menos um pouco sobre a diva da música árabe, Om Koulsoum. Para estudos posteriores vale a pena pesquisar a internet, estando atenta para procurar por todas as diferentes grafias de seu nome.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

SIMBOLOGIA E MOVIMENTOS

Segue abaixo os significados de alguns dos movimentos usados na dança do ventre:

A CABEÇA: desloca-se como uma serpente
OS BRAÇOS: asas de um pássaro voando, serpente se movimentando
AS MÃOS: representam as flores, os peixes, o ar, a água, o fogo. É onde se expressa a graciosidade da bailarina
O BUSTO: é onde está a sensualidade, mas também o amor maternal
OS OMBROS: dão ritmo mágico à dança
O VENTRE: pulsa, vibra, ondula, mostrando a magia de gerar uma vida
A SINUOSIDADE (quadris e tronco): desperta o inconsciente, revela emoções reprimidos e libera a energia vital da mulher
OS PÉS: desenham no solo os símbolos sagrados
OS OLHOS: mostram a força magnética da conquista
CAMELO: correr das águas
SHIMIES: fogo, o despertar da kundaline (nossa serpente de fogo adormecida na base da coluna)
REDONDÃO DE QUADRIL: força da Mãe Terra


PASSOS:

A Dança do Ventre possui uma infinidade de movimentos e de demonstrações maravilhosas. Há um segmento da linha de aprendizado esotérica que separa os ritmos em dois: lunares e solares. Os lunares são os movimentos ondulados e redondos. Já os solares são os bem marcados como batidas de quadril, shimie e pulsação do ventre.

Segue abaixo alguns movimentos da dança do ventre:

REDONDO PEQUENO - Girando o quadril encolhendo e soltando a barriga, mantendo-o no mesmo lugar.
REDONDO MÉDIO - sem alternar os joelhos projete o quadril para frente, lado, atrás outro lado, reproduzindo um pequeno círculo.
REDONDO GRANDE - igual ao anterior porém a projeção para trás é maior.
OITO PARA A FRENTE - Coloque o quadril para o lado e torça levemente para frente, leve o quadril para o outro lado,(sem levantar o calcanhar), desenhando um oito deitado ao chão.
OITO PARA TRÁS - igual ao anterior só que torcendo o quadril para trás após a lateralização do mesmo.
OITO EGÍPCIO OU PARA CIMA - Leve o quadril para o lado em seguida para cima levantando suavemente o calcanhar para subir o quadril.
OITO MAIA OU PARA BAIXO - Elevando o quadril para cima e em seguida leve para o lado descendo o calcanhar lentamente. Suba ou outro lado e leve o quadril para fora, mesmo lado que você subiu.
CAMELO PARA BAIXO - Pernas afastadas e levemente flexionadas. Quadril solto inclinado á frente, eleva-se o bumbum para trás e depois para frente.
CAMELO PARA CIMA - Pernas afastadas e joelhos relaxados. Quadril solto projetado á frente, encaixa-se o quadril deslocando-o para trás com o abdômen encolhido, leve o peso para trás assim e relaxe quando o peso estiver no calcanhar.
ONDULAÇÃO - Enche-se primeiro a parte superior da barriga empurrando o ar para baixo de uma forma contínua sem mexer o tronco. É feita também de baixo para cima. Este movimento simboliza o parto ou o ato de dar a luz. Há também uma respiração rápida na barriga, produzindo um tremido.
BATIDA LATERAL - transfira o peso de um lado para o outro do quadril, produzindo batidinhas ( como a que usamos para fechar a porta do carro) para os lados.
SHIMIE - São as batidas de quadril feitas contínua e rapidamente para cima.
TREMIDO DE QUADRIL - Flexiona-se os joelhos levemente e alterna-os rapidamente produzindo um tremor em todo o corpo com ênfase na barriga.
TREMIDO DE PEITO - Sacode-se os ombros de um lado para o outro rapidamente. Todos os movimentos que envolvem peito/busto, devem ser feitos com cuidado para não vulgarizar a dança.
BÁSICO EGÍPCIO - Em posição ereta coloca-se uma perna em frente a outra. A da frente fica sempre em meia ponta alta. Então sobe-se o lado do quadril que tem a perna à frente, baixa, sobe e chuta com o pé. Pode ser feito lento ou rápido. Dele há variações para acompanhar os ritmos, como subindo e descendo o quadril sem chutar, etc.
PEITO / BUSTO - É possível fazer vários desenhos com os seios, as vogais, o oito na vertical e horizontal, arcos, círculo e a letra "s".
PESCOÇO - É o movimento que se faz com a cabeça deslocando-a para um lado e para o outro ou ainda produzindo um círculo.
TWIST - Coloque uma perna em frente á outra, transfira o seu peso para a perna da frente, depois para a de trás, quando for à frente, faça uma torção(movimento de rotação)leve para dentro.

iniciando...

Vamos lá...

Depois de muito tempo, resolvi começar um blog novo, sendo que esse será voltado para meu trabalho atual, a dança do ventre.

E tudo começou no final de 2005, logo após me formar e começar outra faculdade.

Já havia alguns anos que tinha vontade de fazer dança do ventre, mas sempre havia um porém, ou era menor de idade, ou morava longe, ou não tinha dinheiro, ou minha mamis não achava a idéia boa.

Calhou de uma amiga, em 2004 falar que iria começar, e aquela chaminha, lá dentro, escondida, reacendeu. Procuramos, pesquisamos, e acabamos não fazendo nada.

Passou mais de um ano dessa ocasião, isso dois meses depois de começar o novo curso, e me deu o estalo de procurar, liguei na mesma escola que havia ligado um ano antes, fui fazer a aula experimental e me matriculei no mesmo dia.

Comecei com o intuito de ser apenas bailarina, mas depois que mudei de módulo, algo mais cresceu dentro de mim, havia algo inexplicável que me dizia, que tanta informação e algo tão lindo, com uma energia tão pura, não poderia ficar apenas comigo, era algo que precisava passar a diante. Então comecei a procurar outras técnicas, outras professoras fora da minha escola, a comprar dvds, cds, ler matérias e livros sobre dança, consciência corporal, história da dança, filosofia oriental, fisiologia... é muita informação para ser absorvida e praticada.

Ainda estou engatinhando perto de tudo que preciso aprender para ser uma boa bailarina e poder dar aulas, e como ouvi num grupo de discussão há pouco tempo, não existe dança “fast food”, são anos de treino, estudo e perseverança, muita dor muscular, muitos movimentos que nos fazem pensar em desistir por não executá-los de primeira, muitos ritmos para serem estudados. E os ouvidos que se preparem para todos os DUM TAKS que vem por aí.

Depois de um pouco mais de um ano de dança, estou no módulo intermediário, incluindo paradas não previstas, e cursando em escolas diferentes, com técnicas diferentes, porque afinal de contas, técnicas diferentes te dão oportunidades diferentes e metodologias de ensino diferentes.

Bem, agora vocês sabem um pouquinho de mim, e da minha paixão, espero sempre poder ajudar contando minhas experiências.

Beijos a todos