quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Os chakras

Quando falamos em dança do ventre, para muitas pessoas o que vem a mente é a que trabalha a espiritualiadade, a energia, a terapeutica, e não tem como não pensar nos chakras, os chakras são distos pontos de energigia em nosso corpo, cada um tem uma função e uma cor que o representa, apesar de a maioria da dança que vemos ser de cunho estritamente comercial, há varios espaços terapeuticos e holisticos que trabalham o que também chamamos de Dança do Ventre Sagrada, que é a que mexe com nossa energia vital nos ligando ao nosso Eu-Maior, simplificando, fazendo nossa ligação com Deus através da dança.

Segue um texto da Valéria Prado, sobre os chakras e sua energia

beijos

Chakras (roda) são centros que captam e distribuem a energia vital para nossos corpos físico e sutis. Esta energia vital é chamada prana; ela é absorvida no processo respiratório e distribuída aos chakras pelos canais energéticos, denominados nadis pelos yogues e meridianos pelos chineses.
As posturas da yoga ativam esses nadis, melhorando o fluxo do prana por todo o corpo. Toda vez que ocorre uma alteração em nosso equilíbrio energético (por emoções, mudanças em nosso estilo de vida, etc....) há uma alteração na energia dos chakras, pois eles funcionam como um acumulador eletromagnético (ou banco de dados), armazenando informações, memórias... Por isso, algumas vezes, as posturas da hatha yoga trazem à tona sensações, emoções ou mesmo a memória de algum episódio do passado.
Muitas vezes o corpo reage a esses retornos com dor. Ela indica que estamos mexendo em um terreno perigoso para nosso ego. O ego se preserva, mas às vezes essa proteção é excessiva, pois impede qualquer mudança. Se ao invés de fugir da dor nos propusermos a escutá-la, se nos relacionarmos com ela, poderemos entrar em contato com a mensagem que está além da dor.
Cada um de nossos chakras elabora um tipo de energia. Veremos os 7 chakras principais.

MuladharaMULADHARA: situado na base da coluna; representamos simbolicamente por uma flor de lótus de 4 pétalas de cor laranja. Está ligado às nossas necessidades básicas de segurança. Quando atuamos no mundo a partir deste chakra, lutamos por nossa individualidade; ansiamos por sentir proteção.
Este chakra acumula impressões, memórias, conflitos, atitudes e crenças gerados em nosso esforço para alcançar autonomia pessoal e identidade.Se, durante a fase em que buscávamos esta autonomia nos sentimos inseguros com relação ao nosso ambiente, nossos pais, ou inadequados de alguma maneira, este chakra e os nadis a ele ligados guardarão esta memória, e poderão sofrer alguma desarmonia.

SvadisthanaSVADISTHANA: localizado na região dos órgãos genitais; representado simbolicamente por uma flor de lótus de 6 pétalas cor-de-rosa.
Está ligado ao desejo de sensação, de ter, amar, pertencer a, de estabilidade (emocional e financeira). Quando atuamos no mundo a partir de uma consciência ligada a esta chakra estamos sempre procurando sensações agradáveis, que uma vez alcançadas precisam ser eternizadas. Nos apaixonamos e sofremos ante a possibilidade de perder o objeto de nossa paixão. Quando perdemos a fonte de nossas sensações (seja uma pessoa, atividade prazerosa, um objeto querido, ...) nos ressentimos.
Este chakra acumula memórias, impressões, etc.... referentes à fase em que buscávamos a troca afetiva, quando nascia em nós o impulso erótico, a busca do outro. Problemas nesta fase podem gerar medo de perder (pessoas, coisas, situações); hostilidade nos relacionamentos, ciúmes, solidão, ressentimento,...

ManipuraMANIPURA: localizado no centro do abdôme; representado simbolicamente por uma flor de lótus de 10 pétalas de cor verde.
Está ligado ao desejo de poder, a vontade de aprender e de se comunicar. É o centro do ego, do “eu sou”, da nossa vontade. Aí está o que visceralmente somos. Quando atuamos no mundo a partir deste chakra queremos marcar nosso território, ser respeitados e até mesmo temidos.
Este chakra acumula memórias, impressões,... da fase em que buscávamos afirmar nossa vontade, nosso ego no seio de nossas famílias. É a fase do “não” da criança pequena. Problemas ocorrem quando nos sentimos tolhidos, por pais medrosos ou muito autoritários.

Estes três primeiros chakras elaboram nossas necessidades básicas: segurança, sensação e poder. Em todo o reino animal estas necessidades existem como luta por alimento (sobrevivência), sexo (procriação) e poder (preservação da espécie).
É a partir da consciência do quarto chakra que começamos a vivenciar nossa humanidade.

AnahataANAHATA: localizado no centro do peito, região do coração; representado simbolicamente por uma flor de lótus de 12 pétalas, de cor dourada. Está ligado ao amor transpessoal, incondicional, aos ideais nobres, ao desejo de expansão do autoconceito e da visão do mundo.
Quando atuamos no mundo a partir deste chakra aceitamos o outro, não importa o que ele nos faça (ou deixe de fazer). Renunciamos ao desejo de que as coisas aconteçam “do nosso modo”. Vivemos nossas vidas - e deixamos que os outros vivam a deles. Somos capazes de sentir compaixão, de nos colocarmos no lugar do outro. Podemos então aceitar nossas fraquezas, apegos, vulnerabilidade. Aprendemos a perdoar, pois compreendemos que as falhas são apenas e tão somente passos na jornada que cada um trilha. Elas fazem parte de nosso aprendizado, nos tornam humanos.
Quando atuamos no mundo a partir deste chakra sentimos equilíbrio - nem agitação excessiva, euforia, nem depressão. Sentimos mais energia e necessitamos de menos horas de sono.

VishuddaVISHUDDA: localizado no centro da garganta; representado simbolicamente por uma flor de lótus de 16 pétalas de cor azul-prateado. Ligado à livre expressão de nossa criatividade, a nossa auto-expressão. É considerado o centro da abundância, pois quando usamos nossos dons no mundo a natureza nos devolve em pagamento tudo aquilo que precisamos.
Quando atuamos no mundo a partir deste chakra, abrimo-nos para receber o que nos é ofertado, sem criarmos qualquer sentimento de obrigação. Neste chakra temos a compreensão de que vivemos em um mundo perfeito, mas não do ponto de vista da felicidade momentânea. “O seu mundo é perfeito por lhe proporcionar continuamente as experiências de que precisa para se desenvolver como um ser consciente” (isto é, livre de apegos emocionais).

AjnaAJNA: localizado no centro da testa; representado simbolicamente por uma flor de lótus de 2 pétalas de cor azul-púrpura. É o centro da percepção consciente.
Quando atuamos a partir deste chakra nos tornamos testemunhas de nossas ações, pensamentos e sentimentos. Observamos, sem fazer nenhum tipo de julgamento. Assistimos nossos corpos e mentes atuando no mundo, fazendo suas obrigações, percebendo que somos - todos nós - atores desempenhando, por um breve tempo, seus papéis. Não precisamos gastar nossas energias querendo mudar o script alheio, nem nos identificando com nossos papéis. Vivemos a cada instante o que ele nos traz. A meditação visa nos trazer cada vez mais para este “estado de testemunha”, no sexto chakra.

SahasraraSAHASRARA: localizado no alto da cabeça; representado simbolicamente por uma flor de lótus de mil pétalas de cor violeta.
É o centro mais difícil de ser atingido, ou mesmo compreendido, mesmo por curtos períodos no estado de meditação. Isto porque neste centro perdemos a noção da individualidade, do ego; podemos então perceber nossa união com tudo que existe.
Nossa mente é dual, toda nossa percepção do mundo se processa sobre esta dualidade: bom x mau, belo x feio, certo x errado, luz x sombra, etc.... Neste chakra a dualidade não existe - como nossa mente racional poderia compreendê-lo?
O sábio chinês Lao-Tzu descreve a consciência que vive neste chakra:

      Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela,
      desta forma já se pressupõe a feiúra;
      Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem,
      deste modo já se pressupõe o mal.
      Porque Ser e Não-ser geram-se mutuamente.
      O fácil e o difícil se complementam.
      O longo e o curto se definem um ao outro.
      O alto e o baixo convivem um com o outro.
      A voz e o som casam-se um com o outro.
      O antes e o depois se seguem mutuamente.

      Assim também o Sábio:
      permanece na ação sem agir,
      ensina sem nada dizer.
      A todos os seres que o procuram
      ele não se nega.
      Ele cria, e ainda assim nada tem.
      Age e não guarda coisa alguma.
      Realizada a obra,
      não se apega a ela.
      E, justamente por não se apegar,
      não é abandonado.

    (Tao Te Ching)

Namastê

1 Comente aqui!:

Luana Mello disse...

O Cy,

Curti seu texto sobre os chakras, mas não sei se é bacana associarmos o estudo deles com a dança. O que vc acha?

Beijos