– Com o passar dos anos a música oriental recebeu influência da música ocidental e começaram a aparecer instrumentos novos como a guitarra eletrônica e o saxofone. Dessa maneira, a música perde um pouco de suas raízes, pois se misturam ritmos que não são especificamente árabes.
Além disso, a música perde seu sentimento, pois passa a ser tocada por “máquinas” e não por seres humanos, esquecendo-se da parte melódica (característica muito forte da cultura árabe), fazendo assim com que a Dança do Ventre perca parte da sua originalidade!
Instrumentos Árabes – Os instrumentos que acompanharam a Dança do Ventre no século passado foram: alaúde, violino de cordas, flautas e instrumentos de percussão como: o derbak, o duf e o pandeiro.
Duf – É um antigo instrumento de percussão, um pandeiro ou tamborim grande e sem pratinelas. É circular e revestido de pele de cabra. Na antiguidade os árabes utilizavam para animar os que iam ao combate. O “duf” agrega-se ao “derbak” para indicar a troca de ritmos. As mulheres têm sido grandes tocadoras de “duf”, destacam-se atualmente entre os homens. O “duf” também pode ser usado como um agradável e simples acompanhamento para o cantor, sem nenhum outro instrumento.
Saggat – Snuj – Instrumento formado por paredes de discos metálicos de uns 6 cm de diâmetro que se colocam nos dedos polegar e médio de cada mão e tocando-os conforme o ritmo da música. Normalmente é usado para abrilhantar o show ou fazer homenagem à bailarina. Na Turquia é chamado de Zills.
“Tar”- Pandeiro – É parecido com o “duf”, o que se distingue é que possui “uns pratinhos” metálicos incrustados no aro de madeira e que faz o som ficar mais ligeiro. É um instrumento muito importante porque pode acompanhar o solo das evoluções rítmicas da bailarina.
“Req” – Possui um aspecto exatamente igual ao “tar”, distinguindo-se apenas pelo tamanho, um pouco menor.
“Al úd”- Alaúde – É considerado o “sutão” dos instrumentos, símbolo da música árabe, tanto atualmente, como na antiguidade. É um instrumento de corda e é preferido pelos compositores que acompanham os cantores solos e para declamar poesias árabes antigas. O alaúde é um instrumento de origem muita antiga, produz os melhores sons e é o único instrumento capaz de seguir todas as melodias, pois foi construído inspirando-se nos movimentos que representam os 4 elementos fundamentais da natureza: o fogo, a terra, o ar e a água.
“Qa Nún”- Saltero – É considerado o segundo mais importante instrumento de corda dentro da música árabe. Ele é triangular, como mostra a foto, e precursor da harpa e piano. Contém 24 cordas triplas. Acredita-se que ele tenha sido inventado por um matemático e físico muçulmano chamado al – Farabi, sendo o mais sensível de todos os instrumentos. O som resulta do toque das cordas de cobre que vibram sobre uma cavidade de madeira. O número das cordas chega a 90. Para a bailarina de Dança do Ventre, o saltero é muito importante, acompanhando com perfeição as evoluções e os giros.
“Nay” – Flauta – É um instrumento musical muito simples fabricado pelos egípcios desde a época faraônica, a partir de talos de cana. É uma planta silvestre que cresce nas margens do Rio Nilo, parecida com a cana-de-açúcar. A diferença é que esta é oca por dentro e se aproveita a parte do talo, mais próxima do solo. De aparência simples, a flauta possui uma escala musical completa e está presente em todos os países árabes, despertando uma farta nostalgia. Desde a antiguidade, os árabes têm utilizado a flauta para acompanhar o recitar de poesias, sendo em muitas ocasiões o motivo central dos poemas. É um dos instrumentos preferidos das bailarinas, pois além de ser ótimo para acompanhamento em solo, possui um som com características singulares. Em virtude de seu som triste e solitário, a bailarina pode demonstrar o domínio do seu corpo nos ritmos lentos, demonstrando profundos sentimentos e concentrando a atenção dos espectadores já envolvidos numa melodia mais séria de tonalidades graves. A flauta é também utilizada para improvisações, principalmente quando a intenção é tornar o som mais alegre e vivo.
É importante estudarmos os instrumentos árabes: “Tabla” – Derbak – É um instrumento de percussão imprescindível para a bailarina e os músicos. Muito utilizado no mundo árabe, ele marca o ritmo de todo o resto do grupo musical, tanto em músicas modernas quanto em músicas tradicionais. É interessante notar que ele é coberto por pele de peixe e às vezes de cabra. Seu som pode variar dependendo dos toques do músico e do tamanho do instrumento. As bailarinas, em sua maioria, adoram e recorrem ao “derbak”, para reavivar um show, podendo com ele substituir todos os outros instrumentos de percussão. Durante uma apresentação, bailarina e o derbakista realizam um verdadeiro diálogo, variando os ritmos de mais lento para o mais rápido. O Egito é um país muito rico em ritmos como: masmudi, carachi, whada wo noz, malfuf, baladi. Todos esses ritmos, comandados pelo “derbak”, são o suporte das melodias coreográficas da bailarina de dança do ventre.
Vamos conhecer mais instrumentos árabes: Mijurez – Além da flauta ( Nay ), Mijurez é outro instrumento de sopro de alto diapasão, muito utilizado em danças folclóricas, assim como o Mizmar para a dança marcial masculina.
Ainda tem mais instrumentos árabes para conhecermos: Mizmar – Também chamado de ZIMR. Encontra-se mais no mundo islâmico com algumas variações, aí se aumenta o ar e a velocidade, podendo elevar uma oitava. Possui repetidos trinados e timbre no agudo. A diferença deste para o Mijurez é que este é duplo.
Você já ouviu falar no Tablele? Mais um instrumento árabe – Muito utilizado em danças folclóricas e muitas vezes em algumas aldeias, chegando a substituir o próprio derbak. TABLELE – este nome significa Tambor Grande, é um instrumento recoberto por pele nos dois lados. Toca-se com ele pendurado ao corpo e com uma baqueta por trás, mais fina e outra maior, marcando o som grave à frente.
Mazhar – Pandeiro grande com snujs e com um som estrondoso.
Bouzouk – Utilizado na música grega e em alguns países dos Emirados Árabes. Trata-se de um alaúde pequeno no corpo e longo no braço.
Harbabeh – Precursor do violino. Tocado na posição vertical, sua forma clássica é o Kemenjeh.
Possui duas cordas encravadas na rabeca – em uma concha d coco;
Órgão – Teclado eletrônico, na escala árabe de um quarto de tom;
Kamanja – É um violino como o ocidental, só que usado na escala árabe;
Arghool – Bastante primitivo e de origem egípcia. São de diferentes tamanhos, classificados como um clarinete e possui a mesma estrutura das flautas escocesas;
Acordeon – Igual ao nosso ocidental, só que usado na escala árabe.